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O Projeto e a Cadeia de valor da pesca

Atualizado: 17 de nov. de 2022

A cadeia de valor da pesca na Amazônia remonta há séculos de uso dos recursos pesqueiros pelos povos originários, assim como pelos empreendimentos da colonização na região. Atualmente, o crescimento de centros urbanos pressiona a produção e a comercialização dos recursos pesqueiros, que passam a sofrer pela exploração desenfreada. Porém, no interior de unidades de conservação, destaca-se a extração sustentável dos estoques pesqueiros em rios e lagos da região, onde o conhecimento tradicional e a organização comunitária são fatores decisivos.

Nesse contexto, destaca-se a cadeia produtiva da pesca na região do Médio Juruá por meio do manejo do pirarucu (Arapaima gigas). Isso possibilitou que os envolvidos nessa atividade aumentassem seus ganhos e o poder de compra, ao mesmo tempo em que protegem os estoques pesqueiros. A pesca do pirarucu acontece na época da vazante do rio Juruá. A sua operacionalização e logística envolve um planejamento complexo com muitas etapas, requer um processo contínuo de vigilância, alto custo e muitas pessoas.

Centenas de quilômetros de distância separam a região do Médio Juruá da cidade de Manaus, porém, esses desafios são enfrentados e superados por intermédio da ação das organizações comunitárias da região, como a Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), a Associação de Moradores Extrativistas da Reserva Uacari (AMARU), entre outras.

A cadeia de valor da pesca existente em unidades de conservação mais próximas de Manaus, como é o caso da região da RDS do Rio Negro, tem outras características. A reconhecida pesca tradicional de espera do jaraqui (Semaprochilodus) e da matrinxã (Brycon) envolve o comprometimento de um conjunto grande de moradores das comunidades envolvidas na atividade, que se organizam na época da enchente do rio Negro para realizar essa atividade. Além disso, é importante destacar aspectos culturais associados, como por exemplo a constituição dos chamados “lanços”, que são os espaços em que acontece a pesca e que, em alguns lugares, tem mais de 50 anos, de acordo com os moradores da região.




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